Supersônicas

O mineiro Rafa Castro e sua múltipla “Fronteira”

quinta, 03 de maio de 2018

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Mineiro de São João Nepomuceno, radicado em São Paulo desde 2017, o cantautor Rafa Castro lança seu terceiro CD, Fronteira (Tratore), apresentado num belo trabalho gráfico em  p&b de Lorena Dini, impressas as letras no verso de cartões com fotos dentro do encarte.

A participação dos ases “locais” Mônica Salmaso (vocal em “O barqueiro da noite”), Teco Cardoso (sax soprano em “Casulo”), Lea Freire (flautas em “Menino dançante”), Neymar Dias (arranjos de cordas) atesta a ambientação do mineiro na paulicéia desvairada. O próprio Rafa, além de assinar todas as faixas, algumas com parceiros como Thomaz Panza, Pablo Bertola, Renato da Lapa, Vinicius Steinbach, Kadu Mauad, Caetano Brasil e Bernardo Maranhão, também encarrega-se de arranjos, piano, vocooder, sintetizadores e vocais.

No texto de apresentação, Rafa delimita sua “Fronteira”:

“É um momento de descobrimento. No qual trago a carga afetiva das minhas influencias. Consegui juntar dois pilares: a ‘música de Minas’ e meu trabalho de trilhas sonoras, num resultado que faz sentido pra mim. Todos os músicos que participam tem a versatilidade de serem instrumentistas de jazz, ligados à música instrumental e ao mesmo tempo, conhecedores do cancioneiro popular”.

Foto de Lorena Dini | Divulgação

Autor de trilhas para teatro e cinema (“Cacos de vitral”, 2015, uma das faixas do CD, e “Modorra”, 2016), vencedor do Premio BDMG, de Belo Horizonte, na categoria “Jovem instrumentista”, Rafa estreou no disco “Casulo”, em 2015, e realizou uma turnê por Alemanha, Rússia, Noruega, Portugal e França, além de ter dividido com o também pianista Túlio Mourão o CD/DVD “Teias”, que levou para o palco dois pianos de cauda.

Composta para o filme “Sansão” (2017), a suíte “Casulo” abre o disco com uma proposta:

“A idéia dessa música, que tem um quarteto de cordas, é estimular todos os sentidos. O ouvinte pode criar um filme em sua cabeça, ter uma participação ativa enquanto escuta”, garante ele.

Na faixa título (“romper fronteiras/ onde olhos marejados me levam/ a outra direção”), ele sintetiza influencias, com direito à citação de “Cais”, de Milton Nascimento (e Ronaldo Bastos), uma das matrizes de sua caligrafia sonora. Que passa ainda pela fusão instrumental de “Pernambucamericano”, o sortilégio bilíngüe de “Romãs” (“la vie em rose/ quand tu me prends/ dans tes jambes/ quando flora o jambo rosa/ e a saudade do sertão”) e a saudável rebeldia de “Teimosa”: ‘Mesmo sabendo do certo a fazer/ quero aguardar meu coração/ ele por si só decidir/ me jogar no sabor de apostar”.


Fonte das imagens: rafacastro.com.br | Fotografia de Lorena Dini (Divulgação)

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