Jogada de Música

O sonho cantado de ser jogador de futebol

sexta, 03 de julho de 2020

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O sonho de ser jogador de futebol já povoou mentes e corações de muito craque da nossa música. Alguns deles, inclusive, chegaram mesmo a atuar nos gramados, casos dos flamenguistas Jorge Ben (ou Benjor) e Diogo Nogueira, que atuaram nas divisões de base do clube rubro-negro, e o falecido Roberto Ribeiro, chamado de Pneu quando foi goleiro do Goytacaz, de Campos (RJ). Outros que quiseram ir pelo mesmo caminho foram o tricolor Evandro Mesquita, os flamenguistas Jackson do Pandeiro e Djavan, e até Lobão, que já torceu pelo Botafogo, depois Flamengo e hoje diz não tolerar o futebol.

A vontade de ser um craque da pelota, seja de verdade ou não, foi tema a inspirar uma grande quantidade de compositores brasileiros. Entre eles, para finalmente darmos o pontapé inicial desta partida, foi nosso personagem da coluna de fevereiro (releia aqui): Moreira da Silva, o Kid Morengueira, que queria mais é ser um Doutor em Futebol, que como explicamos anteriormente, teve uma segunda versão, chamada “Pé e Bola”.

Tão gaiato e talentoso quanto o Kid Morengueira, o vascaíno Dicró compôs com Edson ShowO bom de bola”, que entre muitas lorotas divertidas, diz o seguinte: “Fui eu que ensinei ao Pelé, não é conversa fiada, o papo é sério, eu não conto farola, Beckenbauer e um tal de Cruyff aprenderam na minha escola”. Ela foi gravada originalmente num compacto duplo, em 1979, e vinha na faixa 2 do Lado A intitulada de “Melô do Sócrates (O bom de bola)”. Por que Sócrates, não dá para saber pela letra da música. Já com seu nome definitivo, entrou no LP lançado pelo sambista no mesmo ano. Em 2002, ano do pentacampeonato mundial da seleção brasileira, ela foi regravada no CD “Dicró no piscinão”, com uma atualização em um de seus versos: em vez de “Pergunte ao Zagallo e ao (Osvaldo) Brandão” vinha “Pergunte ao Felipão”.

Benito di Paula, torcedor do Flamengo e amigo do Charlie Brown (o personagem americano, não a banda do falecido Chorão), cantou em “Assobiar e Chupar Cana”, sucesso de 1977, que, em vez de cantor ou compositor, seria muito bom, seria muito legal, pudesse ser ator ou jogador de futebol. Nesta mesma composição, o artista nascido em Nova Friburgo (RJ) narra no fim um golaço fictício de Gonzagão, após tabelinha entre outros grandes nomes da nossa música, como Vinicius de Moraes, Toquinho e Jorge Ben.

Em breve, a coluna vai abordar o tema inverso: os jogadores que se arriscaram na música. Mas certamente será preciso dividir em capítulos, pois muitos gravaram discos, com grandes cantores e cantoras (Pelé e Garrincha, por exemplo, gravaram com duas das maiores da MPB), e fizeram participações especiais. E alguns, mesmo não tendo feito isso ainda, podem ser citados, como Rafinha, atual lateral-direito do Flamengo que tem mostrado nas redes sociais muita intimidade com o cavaquinho, o canto e o improviso. Em breve, aguarde. 


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