Situado na “nova geração da vanguarda paulistana”, Os Amanticidas estréia em disco independente com o nome do grupo, sob produção do perito Paulo Lepetit.
Formado por Alex Huszar (baixo e voz), João Sampaio (guitarras, cavaquinho, bandolim), Joera Rodrigues (bateria) e Luca Frazão (violão de sete cordas), o grupo evoca no título a música de Itamar Assumpção de seu disco “Às Próprias Custas S.A.”, de 1983.
Seu colega de revolução, Arrigo Barnabé, empresta suas interjeições, propositalmente amarfanhadas, à releitura do samba do lendário Talismã, “Traste” (“Veneno é o que correr em suas veias/ só o ódio semeia em seu modo de falar”).
A cacofônica “Pisadeira” (Luca Frazão), com sopros em evolução, tem vocal de Tom Zé: “Cá cá qué qué qui qui có có/ cá cá có có/ Qué com qué com qué”.
O eterno Carlos Drummond de Andrade tem seu poema “Quero me casar”, do livro “Alguma poesia”, de 1930, musicado por Alex Huszar, autor solitário da ácida lírica, “Dentro de mim”: “Chama meu nome, mede meu pulso/ que eu tô sofrendo de mal oculto”.