Os tesouros do rei do samba Sinhô

Auto coroado o primeiro rei do samba, José Barbosa da Silva, o Sinhô (1888-1930), autor de megaclássicos como “Jura”, “Gosto que me enrosco”, “Ora vejam só”, “A favela vai abaixo”, “Cansei”, “Amar a uma só mulher”, “Não quero saber mais dela”, “Que vale a nota sem o carinho da mulher”, tem 107 partituras disponibilizadas pelo Instituto Piano Brasileiro.

Um dos fundadores do gênero, ainda em sua feição maxixe, Sinhô freqüentou clubes carnavalescos como Kananga do Japão e Ameno Resedá e a casa da Tia Ciata, onde nasceu o primal “Pelo telefone”, do qual ele foi um dos que reivindicou autoria. Uma pesquisa de mais de dois anos do IPB em edições originais em bibliotecas e acervos particulares desvelou inúmeras partituras ainda pouco conhecidas do compositor.

“As versões para piano solo mostram Sinhô um pianista de grande criatividade que fazia uso de ritmos vivazes e muito ornamentos (especialmente mordentes e trinados) sempre criando frases interessantes nos baixos, algumas delas verdadeiras ‘assinaturas musicais’”, define Alexandre Dias, coordenador e fundador do IPB, responsável pela pesquisa.

“Sinhô deixou pouquíssimas gravações e mesmo assim como acompanhador. Aqui temos uma oportunidade única de conhecer seu estilo mais de perto, ‘calçar suas luvas’ e ver como ele de fato tocava. Praticamente nenhuma destas versões originais foi gravada por pianistas. E agora poderão ser tocadas por músicos do todo mundo”, exulta Dias. Acesse Parte 1 e Parte 2.