As Canções que Você Fez pra Mim

Osvaldo Nunes: Oba!

Segunda, 11 de março de 2024

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Osvaldo Nunes nasceu no Rio de Janeiro em 1930. Abandonado na porta da maternidade quando nasceu e criado no antigo Sistema de Assistência do Menor – SAM, Osvaldo Nunes teve uma vida que poderia ser contada como um samba de embalo em tom menor. Aos 13 anos fugiu do SAM em um caminhão de entrega de carnes. Dormiu nas pedras da Praia do Flamengo. Sem conseguir um trabalho formal, arrumou emprego de vendedor de doces, de engraxate e camelô. Foi preso. Sem um tostão no bolso, começou a cantar na rua para sobreviver, acabou tornando-se famoso nas rodas de samba. Na década de 1950, teve seus primeiros sambas gravados como “Vidas iguais” (com Ciro de Souza) e o samba-canção “Estranho” (com Cabeção) ambas registradas por Leny Eversong. Osvaldo Nunes no auge da má forma – ele pesava uns 100 quilos – sempre teve fama de brigão.

Alguns diziam que Osvaldo Nunes era uma reedição de Madame Satã (1900-1976) – negro, malandro e gay, e que também não fugia de uma boa briga. De fato, os dois chegaram a se conhecer antes mesmo de Osvaldo Nunes se tornar cantor na década de 1950. Mas as coincidências parecem parar por aí. O próprio Madame Satã chegou a discordar em entrevista ao Pasquim da fama de valentão de Osvaldo Nunes.

De fato, Osvaldo Nunes teve uma infância difícil e uma morte trágica. O cantor e compositor de 60 anos – autor da marcha “Oba”, que se tornou o hino do Bafo da Onça – foi oló com 11 facadas em seu apartamento, 412 do prédio número 740 na avenida Gomes Freire na Lapa, na madrugada de 18 de junho de 1991. Policiais desconfiaram que ele morreu após uma violenta briga, pois tinha ferimento nas mãos e o apartamento estava todo revirado. Triste, não?

Mas antes de cantar pra subir, porém, devemos observar que, o carnaval 1959, pode ser considerado, em larga medida, emblemático na história de Osvaldo Nunes e do Bafo da Onça. Neste ano a bateria do Bafo foi embalada pelo seu carro-chefe “Oba” (composição de Osvaldo Nunes). Cantem comigo:

“Nessa onda
Que eu vou.
Olha a onda Iaiá
É o Bafo da Onça
Que acabou de chegar.
Olha a rapaziada, oba.
Vem dizendo no pé, oba...”


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