Supersônicas

“Pereira da Viola” abre “Novos caminhos” para sua cantoria singela e virtuosa

por Tárik de Souza

terça, 30 de janeiro de 2018

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Descendente de índios, filho de lavradores (João Preto e Mãe Augusta), que tiveram 14 filhos, natural de São Julião, Distrito de Teófilo Otoni, MG, José Rodrigues Pereira, o Pereira da Viola, aprendeu sozinho a tocar o instrumento em que se tornou virtuose. Seu primeiro disco (“Terra boa”) saiu em 1993, seguido por “Tawaraná” (1996), “Viola cósmica” (1998), “Viola ética” (2001), “Akpalô” (2007) e “Pote” (2011, com Wilson Dias e João Evangelista Rodrigues).

Ele agora desembarca “Novos caminhos”, a voz cálida e a viola dolente abertas a influencias do cancioneiro latino americano, música caipira tradicional e MPB. Uma “Lenda hindu”, adaptada por ele, abre o disco pregando que a sabedoria está dentro do próprio homem. É seguida pela canção oratória, “Mãe do Céu Morena”, do Padre Zezinho. As duas outras faixas não assinadas por ele são a libertária “Sabiá” (“eu não quero a água fresca da gaiola/ nem ração que possa me alimentar/ quero ter de volta a minha liberdade/ de escolher onde pousar para cantar”), de Cylene Peluso e Olívio Araújo, e “Bela pessoa” (“no corpo um delírio, um carinho de lã”), do compositor paraense Nilson Chaves. As demais, todas são parcerias de Pereira com o poeta João Evangelista Rodrigues. Como “Cor de café”, “Nas asas de um condor”, “Carinhanha”, “Fartura”, “Via crúcis”, “A lua de Minas”, e o manifesto inconformista da faixa título: “novos caminhos virão, queiramos ou não/ da mesma forma que o dia, a primavera e o verão/ parecem se repetir/ mas não se repetem não (...) vamos em frente com a cara e a coragem/ de quem ainda sonha um país mais feliz/ ou traçarão por nós/ a verdade de nossa voz/ contra a nossa vontade”.


fonte da imagem: https://goo.gl/4gCjzH 

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