Supersônicas

Projota ensina a arte de meter o louco

por Tárik de Souza

sexta, 04 de agosto de 2017

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Único artista não sertanejo no Top 10 da lista dos mais tocados em serviços de streaming no país, depois do fulminante “Foco, força e fé” (2014), que rendeu cinco hits, José Tiago Sabino Pereira, o Projota, nascido em Lauzane Paulista, ressurge com um petardo à altura, “A milenar arte de meter o louco” (Universal Music).

Na abertura, um poderoso aliado, Mano Brown, num depoimento sobre os primórdios do hip hop (1987-88), “quanto o descabelo era total/ que sonho eu tinha?/ sonhar com o que?/ (...) então, não tinha um perigo maior que a minha própria vida real (...) ser infeliz, pode/ ser feliz não pode, simples assim”, decreta o fundador do Racionais MC’s.

Na faixa título, Projota dissemina suas farpas: “com a mente lotada e a geladeira vazia/ a polícia me enquadrava e eu não entendia/ meu desacato era que eu ainda vivia”. Há mais participações abrasivas como a da rapper curitibana Karol Conka em “Mais like” (“se a vingança é um prato que se come frio, isso é mole/ o desprezo é um prato podre que se engole”).

Alternando parceiros, Projota investe tanto na ampliação de sua popularidade, na aliança com o duo feminino Anavitoria, na romântica “Linda” (“ouvi um Djavan pra me inspirar pra te escrever/ ouvi Chico Buarque pra aprender sobre você”), do Tocantins, quanto desafia-se como rapper, no confronto com o colega de rimas Rashid (“Segura seu BO”). E ainda expõe seu inconformismo em “Rebeldia”: “Eu vou domando minha loucura/ eles procurando a cura/ e eu sou a própria doença/ eu não me importo com o que você pensa”. 


Para ouvir ao álbum completo, escolha o seu canal: http://bit.ly/2wqNYVL 




Fonte da imagem: http://bit.ly/2v3mbMm

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