Música

Ratinho, o campeão do samba

segunda, 27 de dezembro de 2021

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Seu nome de batismo foi Alcindo Correia Ferreira. Mas foi com o apelido de “Ratinho” que o compositor deixou sua marca na história da música brasileira. Nascido em Portugal e radicado no Brasil, onde veio morar aos 4 anos de idade, o artista compôs mais de mil músicas ao longo de sua vida, que foram gravadas por nomes da MPB como Zeca Pagodinho, Alcione, Jorge Aragão e Ivete Sangalo.

Ratinho passou sua infância no subúrbio do Rio de Janeiro, no bairro de Pilares. Vivendo em localidades onde havia uma grande presença do samba, o artista frequentou desde criança a Mangueira, o bairro de Rocha Miranda e outros espaços importantes para sua formação como sambista.

Em suas passagens pelas escolas de samba da cidade, conheceu Monarco na Unidos do Jacarézinho, com quem formou uma importante parceria que rendeu composições como “Coração Em Desalinho” e “Vai Vadiar”, gravadas por Zeca Pagodinho e grandes sucessos de sua carreira.



A escola do coração de Alcindo Correa foi a Caprichosos de Pilares, que passou a frequentar ainda criança, aos nove anos. Com ela, foi sete vezes campeão de samba-enredo e, em 1978, recebeu um Estandarte de Ouro com “Festa da uva, no Rio Grande do Sul”.

Em entrevista ao site Agenda Bafafá, Ratinho respondeu que as maiores inspirações para seus sambas eram o amor e o cotidiano. Entre suas composições mais conhecidas, se destacaram “A Vaca” (gravada por Almir Guineto), “Fui Um Tolo” (na interpretação de Paulinho Mocidade) e “Coisas do Mar” (do repertório de Agepê).

A paixão de Ratinho pelo samba seguiu por toda a sua vida e, em 2004, ele fundou em sua própria casa, no bairro de Toca dos Santos, no Rio de Janeiro, a Toca do Rato, espaço em que recebia convidados para rodas de samba acompanhadas por pratos cozinhados por sua esposa, Denise.



No ano de 2007, o artista lançou seu primeiro álbum, “O Rato Sai da Toca”, em que apresentou várias de suas composições marcantes, feitas junto de parceiros como Zeca Pagodinho, Márcio Wanderley e Arlindo Cruz.

A história de Ratinho foi interrompida no ano de 2010, quando o artista faleceu vítima de um AVC aos 62 anos. Seu legado para a memória brasileira é eterno, deixando uma marca em diversos segmentos do samba, como o carnaval, as rodas, o partido alto e o pagode.

Em 2020, em homenagem a sua obra, o artista Nuno Bastos lançou “Coração Em Desalinho”, álbum em que presta tributos às composições de Ratinho, incluindo 12 faixas marcantes do legado de Alcindo Correia.


Fonte da imagem: Reprodução/ Blog do Mauro Ferreira

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