Supersônicas

Saudade maravilhosa

Disco de Mario Adnet

Sexta, 10 de março de 2017

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Um dos fundadores da Orquestra Ouro Negro, responsável pela redescoberta da obra de seu homenageado, o maestro Moacir Santos (1926-2006), o músico e compositor Mario Adnet ressurge em disco autoral, “Saudade maravilhosa” (selo SESC). 

Vencedor, ao lado de Paulo Jobim, do Grammy Latino de melhor CD clássico por “Jobim Sinfônico”, também indicado ao Grammy americano, em 2005, na categoria crossover, Adnet trafega por caligrafias diversificadas do instrumental brasileiro no disco. 

Desde a notória influencia de Moacir Santos em “Ancestral”, dedicada ao percussionista de alta linhagem Armando Marçal (filho e neto de ases fundamentais do samba), à híbrida “Valsa do baque virado”, parceria com João Cavalcanti (filho de Lenine) com quem ele dueta na única faixa cantada: “No cortejo da abolição/ o maracatu é a mão/ que rompe a represa”

Outro hibridismo destila “Chorojazz” (com acendrado improviso dissonante), regravada do álbum “Para Gershwin & Jobim”, compositor também evocado subliminarmente na macia “Saudade maravilhosa”, cujo fabuloso título foi sugerido pelo letrista Bernardo Vilhena

Também há composições alheias como “Viver de amor” (Toninho Horta/ Ronaldo Bastos) e a inolvidável “Caravan”, standard jazzístico de Duke Ellington e Juan Tizol, “dedicada a Moacir Santos porque ele foi considerado o Ellington brasileiro”, escreve o solista. 

No disco, instrumentistas de primeira linha, a partir de núcleo básico formado pelo violão do solista, piano de Marcos Nimrichter, baixo de Jorge Helder, bateria de Rafael Barata e sopros de Eduardo Neves

Adensam o recheio em faixas diversas, Ricardo Silveira, Leonardo Amuedo (guitarras), Aquiles Moraes (trompete), Everson Moraes (trombone), Cristiano Alves (clarinete) e Armando Marçal (percussão). 

Antenado com o trabalho de outros compositores, Adnet acredita que essa visão aberta permite-lhe um “leque maior de opções”. E ainda: “sempre trabalhei de forma independente, acostumado a me preocupar não somente com a minha arte, mas também com a produção e o arranjo”.

O disco será lançado no Rio, no próximo dia 13, no Theatro Net Rio, em Copacabana.

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