Jogada de Música

Seleção de 82 jogava por e com música

quarta, 05 de agosto de 2020

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Neste meio do ano, por ocasião dos muitos videoteipes de jogos antigos exibidos pelas TVs em virtude da paralisação do futebol por causa da pandemia da Covid-19, um dos maiores destaques foram os jogos da seleção brasileira de 1982. Falar daquela equipe é rememorar grandes jogadas, belíssimos gols, a imensa tristeza pela derrota para a Itália e muita, muita música. Nenhuma seleção da História do futebol brasileiro - e provavelmente do mundo -, teve tanta intimidade com música como a fantástica equipe de 1982, dirigida por Telê Santana

Aquele time jogava bonito em campo e fora também, fosse com o uniforme da seleção brasileira, a bola, a raça e o talento, ou com o microfone, os instrumentos, a voz e a poesia musicada. Por isso, este aqui é apenas o primeiro capítulo desta história, pois há muito o que se falar da relação dos jogadores daquele time com a música. Neste aqui ficaremos apenas com composições feitas para a seleção, quase todas na época da Copa da Espanha e uma feita mais recentemente.

O maior sucesso para embalar aquele time, porém, foi gravado por um titular dos mais destacados de Telê: Júnior, na época lateral-esquerdo. Com “Povo Feliz (Voa Canarinho)”, de Memeco e Nonô, aquele que anos mais tarde se tornaria Maestro do meio-campo rubro-negro, posição em que jogou pela seleção na Copa seguinte (em 1986, no México),o dublê de jogador e cantor chegou ao topo das paradas de sucesso em 82.


No entanto, duas outras composições não ficaram muito atrás, com boa repercussão, embora menor que aquela gravada por Júnior. Uma delas é “Meu canarinho”, de Luiz Ayrão e Sidney da Conceição, gravada ainda em 1981 por Ayrão, torcedor do Flamengo que tem outras obras que falam do futebol. Esta música fez parte do álbum “Coração Criança” (EMI-Odeon) e também entrou no disco “Mexicoração”, lançado às vésperas da Copa de 1986, juntamente com “Povo Feliz (Voa Canarinho)” e temas de outras copas. 

O mesmo ocorreu antes da Copa de 1998, na França, no CD “Paixão Brasileira”, só que com intérpretes diferentes: Marcelo Guimarães cantou a música de Ayrão e o grupo Katinguelê, a que Júnior consagrara. A letra de “Meu Canarinho” se refere claramente a aspectos culturais da Espanha e à esperança de que a seleção voltaria para o Brasil com a taça na mão.


Moraes Moreira é outro rubro-negro, com um número ainda maior de músicas relacionadas ao futebol e ao clube carioca, que lançou um sucesso para a seleção de 82: “Sangue, Swing e Cintura”. A música foi gravada originalmente num compacto que tinha no Lado B “Milagre da Alegria”, de Toni Costa, Zeca Barreto e Moraes Moreira. “SSC” voltaria no CD “Show de Bola” lançado para a Copa de 2002, com seis faixas “futebolísticas” interpretadas pelo cantor, compositor e violonista baiano.

A letra de “Sangue, Swing e Cintura” também faz referências à Espanha, mas não só, a melodia e o arranjo também. Porém, os versos dão ainda mais destaque a dois ídolos do passado, Pelé e Garrincha, e a três que naquele momento eram o nosso presente: Telê, Zico e Sócrates.


E como aquela equipe não sai do coração dos brasileiros, a banda Armada lançou um videoclipe para “1982”, que havia sido gravada no álbum “Bandeira Negra”, de 2018. Henrique Baliu, o vocalista, que tinha 8 anos de idade apenas naquela época, é o autor da  homenagem musical. Veja o clipe e ouça a música aqui: 


Quando entrar setembro, voltaremos a falar de 82, só que por um outro prisma. Aguardem, mas antes de tudo se cuidem.


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