Jogada de Música

Seleção de 82 jogava por e com música - Parte 2

sexta, 04 de setembro de 2020

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Como dissemos na coluna do mês passado, nenhuma seleção teve tanta intimidade com a música como a que foi à Copa do Mundo de 1982. Por isso, daria até para fazer três ou quatro colunas só falando disso. Porém, para a Jogada de Música não ficar monotemática por quatro meses, vamos dividir somente em dois capítulos. Vamos então para o início do segundo tempo.

Dos 11 titulares de Telê Santana (Valdir Perez, Leandro, Oscar, Luizinho e Júnior; Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico; Serginho e Éder), nada menos do que sete foram homenageados em composições, muitas delas inspiradíssimas. Quatro deles gravaram discos, sendo que um em parceria com um grande nome da Música Popular Brasileira, e outro ainda criou um musical sobre futebol com 11 composições. Vamos à escalação musical.

O então lateral-esquerdo Júnior, como já relatamos no mês passado, gravou o maior sucesso da época, “Povo Feliz (Voa Canarinho)”, de Memeco e Nonô. Ele foi também o coautor, com Alceu Maia, e cantor da outra música do compacto lançado às vésperas da Copa da Espanha: “Pagode da Seleção”. Na gravação desta, os jogadores convocados por Telê participam, sendo nomeados por Júnior, inclusive reservas, muitos que sequer entraram em campo nos gramados espanhóis, como o zagueiro Juninho, por exemplo.


Outros dois que gravaram discos foram Sócrates (“Sócrates”, de 1980) e o centroavante Serginho Chulapa (“Camisa 9”, de 1983). O Doutor da Bola ainda foi homenageado por Zé Miguel Wisnick em “Sócrates Brasileiro”, que foi gravada pelo compositor e também pela cantora Ná Ozetti (veja aqui)


Em parceria com o maestro, cineasta e diretor de teatro Kleber Mazziero, Sócrates também compôs 11 músicas para o espetáculo teatral “O Futebol”, que estreou em 2004 e depois virou filme. Também cantou com Toquinho a música “Corinthians do meu coração”, no disco Aquarela, de 1983. Magrão, como também era chamado, é um capítulo à parte e, certamente, merecerá mais espaço por aqui.

Serginho também tem uma música para chamar de sua, “Chulapa Free”, assinada por nada menos que sete autores: Trambolho, Sergio Boneka, Campos, Clover Over, Lázaro Guido, Emerson Boy e Tai Santiago. A música foi gravada por Sergio Britto, dos Titãs, em seu álbum solo “Eu sou 300”, de 2006. 


Zico, um dos jogadores mais homenageados por artistas da MPB, juntamente com Pelé e Garrincha, ainda fez dupla com Fagner no compacto “Batuquê de Praia”, lançado no ano da Copa da Espanha (veja no vídeo abaixo o clipe produzido pela TV Globo na época). Tanto a música-título, como “Cantos do Rio”, que vinha no Lado B, são de Petrúcio Maia. Mas como aqui estamos falando só das homenagens que os craques receberam, escolhemos – dentre tantas e tantas – uma não tão conhecida, mas ótima, de e com Carlinhos Vergueiro.


Geração de Som (faixa 6)

A dupla clássica de meias daquela seleção, Cerezo e Falcão, que também fez sucesso no Roma não ficou fora das paradas de sucesso. Pepeu Gomes gravou o choro “Toninho Cerezo” no seu disco solo de estreia, “Geração de Som”, de 1978.

O Rei de Roma, citado também com saudade, já em 1981, por Kleiton e Kledir, em “Deu pra Ti”, um dos maiores êxitos da dupla gaúcha, ganhou uma composição só para ele de um dos maiores nomes da MPB: Francis Hime. Ele escalou “Falcão” num belo instrumental para o repertório do álbum “Pau Brasil”, de 1982. 


Por fim, o zagueiro Luisinho é o homenageado em “Jogo de Zagueiro”, de Sergio Santos, gravada originalmente em 2001, no CD “Cartografia Musical Brasileira – Minas Gerais”, do projeto Rumos Itaú Cultural Música (neste mesmo álbum está “Galo e Cruzeiro”, de Vander Lee, falecido em 2016). Ouça abaixo no vídeo abaixo, em 17min54.


A seleção de 82 foi realmente especial e quem acompanhar esta coluna verá que craques daquele time voltarão a aparecer por aqui em outros temas. Continue nos prestigiando. Jogada de Música é um projeto com várias outras vertentes e, assim que for possível, estará na área áudio-visual (documentário e série para TV), em série de shows, exposição multimídia, debates musicados e muito, muito mais. 

Cuidem-se bem e até outubro.


Para ler a PARTE 1 dessa coluna, CLIQUE AQUI! 

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