Taiguara dá o troco com o Trio D Favetti
por Tárik de Souza
Formado por duas vozes masculinas e uma feminina, nos moldes dos antecessores Trio de Ouro (Dalva de Oliveira, Herivelto Martins, NiloChagas) e Os Três Moraes (os irmãos paulistas Jane, Sydney e Roberto), os também irmãos Tita, Titi e Guego Favetti, gaúchos radicados em Curitiba, repescam pérolas (algumas obscuras) do cantor/autor uruguaio criado entre o Rio e São Paulo, Taiguara Chalar da Silva (1945-1996).
No álbum “O troco de Taiguara” (Kuarup), idealizado pelo escritor e educador Roberto Adami Tranjan e o artista gráfico Elifas Andrato (autor da capa), o Trio D Favetti viaja entre clássicos do autor (“Hoje”, “Que as crianças cantem livres”, “Mudou”, “Piano e viola”, “O velho e o novo”) e canções menos conhecidas, como a autobiográfica “Menino da Silva” (“sou como meu pai/ mas meu sonho não vai/ se acabar nessa cruz”), fenômeno de cauda longa, que vem fazendo sucesso após a morte do compositor, um dos mais censurados da época da ditadura.
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Mesmo em temas românticos, como
“Moina me sorriu”, Taiguara atira suas farpas: “Eu te amo e por ti/ é preciso
ferir/ não abrir mão do ideal/ de um mundo igual”. O repertório recupera também
uma versão dele para a guarânia paraguaia “Índia” (José Asuncion Flores/ Manuel
Ortiz Guerrero), sucesso tanto da dupla sertaneja Cascatinha e Inhana quanto de
Gal Costa. E ainda percorre da valsa “Estrela vermelha” (com Glaciliano Correa
da Silva) ao samba “Eronita e eu”, a balada “Luzes” e “Rua dos Ingleses”, que empilha
reflexões sob coral de vozes: “Deus não é um lado por onde todos devemos ir/
Deus não é uma escola/ que prepare os homens/ pra o que há de vir”.
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