“ToCantE” para Dominguinhos

O rei do baião Luiz Gonzaga, pernambucano de Exu (1912-1989), foi mestre e mentor de Dominguinhos, pernambucano de Garanhuns (1941-2013), agora, reverenciado por uma terceira geração de sanfoneiros. 

Ela é representada no disco de título auto explicativo, “ToCantE” (Núcleo Contemporâneo) por Lulinha Alencar (potiguar da cidade de Rafael Godeiro, filho do sanfoneiro Zé Cesário, autodidata iniciado no piano) e Mestrinho (sergipano de Itabaiana, neto de tocador de oito baixos e filho de sanfoneiro, que iniciou no instrumento aos 12 anos). 

Os dois jovens sanfoneiros percorrem o repertório instrumental de Dominguinhos, também um grande compositor (“Noites sergipanas”, “Xote pro Miudinho”, “Ilusão, nada mais”), que igualmente cultivava seus ídolos, em “Homenagem a Pixinguinha”, “Homenagem a Jackson do Pandeiro” e “Um abraço no Romeu”, dedicada a Chiquinho do Acordeon, o gaúcho Romeu Seibel (1928-1993). 

Lulinha (“Cutucufole”, “Tocante”, “O meu último São João”), e Mestrinho (“Só Deus sabe”, “Choro sentido”) também exibem caligrafias autorais próprias e encerram a bela ode ao mestre na companhia luxuosa do acordeonista francês Richard Galliano, autor da “Ciao São Paulo”, e outro admirador de Dominguinhos.