Tonio de Aguiar lança álbum produzido por Leo Gandelman
“Estuário” é o título do segundo álbum do músico e compositor Tonio de Aguiar, que chega às plataformas quinta-feira, dia 24. Tonio é o nome artístico, muito mais do que pseudônimo, do diplomata Antonio de Aguiar Patriota. Com 11 faixas 100% autorais, “Estuário” foi praticamente todo composto no exterior, mas integralmente gravado no Rio de Janeiro, com produção e direção artística de Leo Gandelman (também responsável pelos solos de saxofone e pelas flautas).
Tonio de Aguiar por Ayman Lotfy
Estudante de piano desde a infância no Rio de Janeiro, Tonio de Aguiar não “esconde” Antonio Patriota, diplomata há 4 décadas, mas tampouco se deixa definir apenas pela profissão.
O novo álbum conta com as participações de Paula Morelenbaum e João Cavalcanti. Paula gravou “Portami con te”, cuja letra em italiano nasceu em uma noite de lua cheia, e evoca as cantorias dos italianos em suas varandas e janelas, durante a pandemia da Covid-19. Já João Cavalcanti surge no samba “Carnaval do ano que vem”, composto no Egito, sob inspiração de “Quando o carnaval chegar”, de Chico Buarque.
O tema “O arco” abre o álbum: ao ouvi-lo ao piano, Leo Gandelman imaginou um arranjo de quarteto de cordas, que tornou a peça mais leve e grandiosa. “Allegoria”, outro tema instrumental para piano e quarteto de cordas, também é fruto do período italiano do compositor. Da fase em que foi representante permanente do Brasil junto à ONU, em Nova Iorque, há músicas como “Farofa blues”: homenagem ao jazz de New Orleans e a um de seus ídolos no piano, Dr. John, mas também à relação desse estilo com o samba brasileiro. A canção “The Bartender” é uma homenagem a outra paixão do compositor, os bares, e à delicadeza no trato humano que o duplo sentido do título indica em inglês: a palavra “tender” (terno, ternura) em seus dois usos.
Também de influência negra, com letra e canto do próprio compositor, “Grief stricken” tem inspiração nas baladas americanas dos anos 50 e foi escrita em 2020, no auge da pandemia. Mais jazzístico dos temas do disco, “Recolhimento” também busca refletir aquele momento de tantas incertezas, inspirado no poema homônimo de Baudelaire.
“Tang Li Na” é uma balada instrumental levemente inspirada nos Beatles, e remete ao tempo em que Patriota serviu em Pequim e estudou mandarim. Já “Caminho sombreado” conta com o violoncelo de Janaína Salles e nasceu como uma espécie de trilha sonora para um vídeo que seu filho Thomas lhe enviou.
“Estuário” pode ser definido como o álbum de um músico itinerante que, com canções, descreve suas andanças pelo mundo.
Encaminhado por Coringa Comunicação
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